quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Atrás da Porta - Chico Buarque



Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua


Atualmente, muitos são os artistas que ainda assumem o eu lírico feminino em suas canções. Um exemplo está na música “Atrás da porta” interpretada por Chico Buarque de Hollanda, poeta popular contemporâneo que dialoga com a literatura popular medieval.  O poeta, no momento em que assume o eu - lírico feminino, passa a entender a  alma  da  mulher:  suas  decepções,  seus  desejos.  Esse é uma característica fundamental das cantigas de amigo medievais. Encontramos, entre os cantores contemporâneos, mulheres que fazem essa inversão de eu - lírico. Como pudemos ver anteriormente na canção interpretada por Adriana Calcanhotto.




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