A
terceira e última música, na verdade é mais como se fosse um cordel. Patativa
fala mais como uma crítica, tanto quando a dureza da vida, como quanto das
condições de vida no seu tempo e no lugar onde vive. Lembra bastante o rap,
porém esse cordel é de um gênero mais "rural" enquanto o rap abrange
uma coisa mais "urbana".
O poeta
da roça - Patativa do Assaré
Sou fio das mata, cantô
da mão grosa
Trabaio na roça, de
inverno e de estio
A minha chupana é tapada
de barro
Só fumo cigarro de paia
de mio.
Sou poeta das brenha,
não faço o papé
De argum menestrê, ou
errante cantô
Que veve vagando, com
sua viola,
Cantando, pachola, à
percura de amô.
Não tenho sabença, pois
nunca estudei,
Apenas eu seio o meu
nome assiná.
Meu pai, coitadinho!
vivia sem cobre,
E o fio do pobre não
pode estudá.
Meu verso rastero,
singelo e sem graça,
Não entra na praça, no
rico salão,
Meu verso só entra no
campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando
feliz mocidade,
Canto uma sodade que
mora em meu peito.
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